quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

Única - A Rota do Tráfico em Petrópolis

É com muita tristeza que eu venho compartilhar essa notícia com vocês, um fato de omissão, medo e também cumplicidade, por quê não?

Dia 22 de janeiro de 2012 comprei uma passagem na rodoviária Leonel Brizola (Bingen) sentido Rio de Janeiro na empresa da Única com saída marcada para as 15h20. Ao chegar na minha poltrona (número 43) havia dois rapazes, cada um segurando um bolo de notas de R$50 que me pediram para trocar de poltrona. Instintivamente neguei pois tenho preferência pela janela. Os rapazes ainda me fitando com os olhos não acreditaram na minha reação porém levantaram para que eu pudesse sentar no meu lugar. Para minha surpresa, um deles deixou cair maconha pela poltrona ao lado da minha e sem se importar liberou o caminho para que eu pudesse me sentar. Percebi que eles estavam com mochilas e não estavam dando a mínima para a maconha derrubada e sentaram em seus lugares e continuaram a contar a enorme quantidade de notas que estavam em suas mãos.


Em poucos segundos me levantei e discretamente falei ao ouvido do motorista (que já ia sair com ônibus) que eu não seguiria viagem pois haviam dois rapazes com droga no final do ônibus e que ele deveria chamar a polícia.

O motorista desceu do ônibus junto comigo e foi ao gerente dizendo que era necessário chamar a polícia diante do ocorrido comigo. Porém, o gerente cujo nome é Peroni afirmou que não deveria chamar a autoridade pois caso a acusação fosse falsa a empresa fica vulnerável.

Ora ora, quer dizer que a empresa não pode ser exposta mas os passageiros e o motorista podem né? Diante de uma sequência de fatos que estão ocorrendo na subida/descida da serra, de assaltos e sequestros na estrada, eles optaram por arriscar e deixar o ônibus partir ao invés de fazer o politicamente correto. Ao meu ver, uma omissão ao tráfico de drogas configura-se em cumplicidade!

Troquei minha passagem diante da minha impotência e pouco minutos depois vi um policial circulando dentro da rodoviária de Petrópolis, contei a ele o caso e este demonstrou-se indignado.Este me informou onde ele ficava dentro da rodoviária e informou que como cidadã eu poderia procura-lo caso isso ocorra novamente (espero que não). Mas conto com todos os leitores e usuários desse único meio de transporte coletivo que Petrópolis possui para seguir para o Rio, que tomem essa atitude de descer do ônibus e procurar o polícial que encontra-se no local caso isso ocorra com vocês.

Para mim o máximo que a empresa fez foi trocar minha passagem, e como fiquei exposta um bom tempo até que decidissem se iriam chamar a polícia ou não, fiquei com receio de viajar sozinha. E só pude ir para o  Rio no ônibus de 17h20 para que eu tivesse a sensação de segurança, pois eles poderiam me esperar no Novo Rio ou parar o ônibus seguinte próximo a Santa Cruz da Serra ou sei lá o que. Do jeito que as coisas andam, melhor prevenir do que remediar.

Esse é o serviço nada seguro que a Única presta para nós, passageiros que gastamos uma fortuna para subir/descer a serra.

                                                      Serviço nada seguro e nada barato!